SESSÃO 23
Hasta que muera el sol
15 janeiro, 16h
Auditório Sedas Nunes - ICS-ULisboa
Filme e Conversa
com o realizador Claudio Carbone
moderada por Pedro F. Neto e Lavínia Pereira (ICS-ULisboa)
Hasta que muera el sol é o resultado de uma pesquisa etnográfica realizada na Costa Rica com o grupo da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO), focada no conceito de paisagem e resistência indígena. O documentário acompanha a resistência diária das atuais populações nativas americanas, a sua luta pela sobrevivência, a reapropriação da terra e a redescoberta de uma identidade cultural agora perdida.
Adan e Byron, protagonistas do filme, representam diferentes estratégias de resistência. O filme explora o contraste entre as escolhas de Adan, envolvido ativamente na luta pelas terras ancestrais de Terrabá, e Byron, que prefere ir para o Panamá para preservar a língua e a cultura de sua comunidade. A história de Adan e Byron desenrola-se dentro de um território onde a batalha pela terra indígena representa um intrincado sistema de relações sociais, dando vida a conceitos fundamentais como autonomia, paisagem cultural e comunidade.
O contexto migratório não indígena iniciado nos anos 60, com a construção da autoestrada Interamericana, conduziu à perda de terras e à destruição de recursos naturais fundamentais para a vida destas comunidades. Terrabá, o território principal do documentário, tem sido marcado por incêndios criminosos e desmatamento, causados pelos contínuos cortes de floresta para a criação de pastagens intensivas. A comunidade indígena luta pelo direito à sua terra ancestral, enquanto que as políticas de desenvolvimento da associação indígena ameaçam essa reivindicação.